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Opinião: Diretor da Santa Casa de Misericórdia de Alagoinhas mostra-se temeroso na defesa dos interesses da instituição
13/01/2020 19:49 em Politica

“O gestor da Santa Casa de Misericórdia não está defendendo os interesses da casa a contento “, afirmou o comentarista do programa Primeira Mão, Caio Pimenta, nesta segunda-feira,13. Ele relatou várias situações envolvendo a Prefeitura da cidade com a entidade em que Dr. Virginio dirige. Segundo ele, o diretor vem assumindo uma postura de incompreensível e inadequada timidez, diante da gravidade dos fatos.

A gota d’água para a indignação de Pimenta refere-se ao atraso de três meses de repasses para o tratamento de glaucoma, que causou manifestação dos pacientes e críticas de parte do jornalismo local diante da suspensão do atendimento. Ao final, após o governo municipal acertar(com muito atraso) a questão financeira, Virgínio agradeceu e elogiou a “rapidez” com que foi resolvido o problema, perdendo completamente, de acordo com o comentarista, a altivez necessária para que o caso não volte a acontecer. Para Caio Pimenta falta ao gestor mais determinação para lutar pelos interesses daqueles que utilizam os serviços da Santa Casa, em sua grande maioria pessoas de baixa renda.

Não bastando o ato de agradecimento inadequado, prosseguiu Pimenta, o gestor deveria ter procurado a imprensa antes que o problema ganhasse a proporção que tomou. No caso, Glaucoma é uma doença grave, a pessoa pode dormir enxergando e acordar cego.

No programa, Caio citou outros casos em que, segundo ele, o diretor da Santa Casa poderia ter tomado uma atitude mais incisiva diante da administração municipal. Com relação a implantação do hospital do câncer, por exemplo, em que a prefeitura fez uma grande campanha publicitária, dando a entender que o empreendimento era do governo, quando na verdade este era responsabilidade e mérito da Santa Casa. Na ocasião, Virginio limitou-se a enviar um ofício reprovando a postura da prefeitura, que só substituiu as peças publicitárias tempos depois.

Outro fato citado por Caio foi com relação a emenda parlamentar do deputado Paulo Azi de R$ 1,5 milhão para realização das cirurgias eletivas no município. Em contato com o jornalista, Paulo Azi afirmou que havia um acordo para que o recurso da emenda fosse utilizado para a contratação direta da Santa Casa para realização dos procedimentos. Até hoje os recursos permanecem no fundo municipal de saúde e não foram utilizados.

Para Caio, a postura do diretor é de intimidação frente a prefeitura, o que causa estranheza. Enquanto parte da imprensa critica duramente o prefeito em defesa da entidade, Virginio se mostra sempre tímido, brando, temeroso.

Falta mais indignação ao gestor frente aos graves problemas enfrentados pela instituição. A coragem é um componente essencial para a cidadania e à vida pública, quem não a tiver, arisca-se a não ser ouvido e a prejudicar o socorro aos menos favorecidos.

O outro lado

Em contato com o comunicador Caio Pimenta, logo após o programa Primeira Mão desta segunda-feira(13), Dr. Virginio quis esclarecer os fatos.

De acordo com o diretor da Santa Casa de Misericórdia, sua postura sempre foi de isenção politica, pensando exclusivamente nos interesses da instituição e na prestação regular dos serviços à população carente.

No caso do atraso dos repasses realizado pela prefeitura, o que inviabilizou o prosseguimento do atendimento aos pacientes portadores de glaucoma, Dr. Virginio esclareceu que todas as administrações anteriores, sem exceção, em algum momento, atrasou repasses à instituição, frisando, porém, que esta é a primeira vez que o atraso chegou a 3 meses. Ele afirmou que cobranças ao longo desse período sempre foram feitos à secretaria municipal de saúde, sem qualquer tipo de solução.

Ele relatou que em nenhum governo anterior utilizou de enfrentamento público com as gestões municipais diante dos atrasos dos repasses, e que seria injusto agir de forma diferente com o atual gestor. Ele reafirmou os agradecimentos feitos ao prefeito quanto ao pagamento dos valores atrasados, porque, segundo o diretor, o prefeito nunca foi comunicado por ele sobre os atrasos do repasse, dando a entender que o gestor desconhecia o fato. Assim que soube, no mesmo dia do protesto de pacientes e de toda a repercussão da imprensa, o prefeito prontamente resolveu as pendencias.

Quanto ao Hospital de Câncer, ele afirmou que o equipamento pertence à Santa Casa e oficializou a prefeitura, que segundo ele, desde então, tem evitado tratar o hospital como um equipamento público. Ele citou uma reunião com o prefeito Joaquim Neto e  com o secretário de Governo, Gustavo Carmo, em que, na ocasião, demonstrou sua contrariedade quanto a postura do poder público e que o recado foi entendido.

Com relação a utilização dos recursos da emenda do deputado Paulo Azi para a realização das cirurgias eletivas, Dr. Virginio confirma o acordo citado pelo deputado, mas disse que um parecer da procuradoria jurídica do município demonstrou a inviabilidade do cumprimento acordo, pois a contratação direta Santa Casa para realização dos referidos procedimentos entraria em confronto com o que preconiza a Lei de Licitações.

Dr. Virginio ainda explica que os atendimentos retornam nesta quarta-feira, 15.

Por Paulo Dias com a colaboração de Caio Pimenta para o site da rádio 2 de julho

 

 

 

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